segunda-feira, 19 de março de 2018

Enciclopédia do Rock - Moxy



Brian Maxim


Russell Graham

Quando falamos nas grandes bandas
do rock canadense, certamente Rush e The Band
são os grupos lembrados pelos que acompanham
o rock ‘n’ roll sem algum esforço.
Porém, mergulhando na espessa neve que ocupa
boa parte do Canadá durante o inverno,
surgem infinitas e embasbacantes bandas
por todos os cantos do país. 

Um desses casos é o Moxy.

Formado em 1973, o grupo carrega a fama de ter sido
a última banda de Tommy Bolin
antes de entrar para o Deep Purple,
mas está muito longe disso.
Com quatro discos em sua breve carreira, o quinteto formado pelo carismático vocalista “Buzz” Shearman,
o talentosíssimo Earl Johnson na guitarra,
e a cozinha Terry Juric (baixo) e Bill Wade (bateria),  estourou nas paradas da América do Norte
no final dos anos 70, e no início dos anos 2000,
levou milhares de pessoas a assistirem seus shows
com um dos retornos mais aguardados da história, culminando com mais um álbum de estúdio.
Logo de cara, o grupo lançou o que podemos definir como Clássico com C maiúsculo.
Um ano após ter nascido (ainda com o baixista Kim Fraser), o Moxy lançou o compacto
“Can’t You See I’m A Star”,
um hino do rock canadense e que levou o quarteto
a assinar com a Polydor Records
em dezembro de 1974.
Depois de uma longa turnê pela América do Norte,
vão para os estúdios gravar seu debut
de uma forma totalmente independente.
Porém, o quarteto vivia de shows,
e não parava de excursionar,
sempre gravando em algum estúdio
quando sobrava tempo.
Foi assim que surgiu Tommy Bolin,
quando o Moxy passava pela Califórnia,
na cidade de Van Nuys.
Quando estava prestes a ser oficializado
novo guitarrista do Moxy, Bolin foi chamado
para substituir Blackmore no Deep Purple,
deixando para Buddy Caine
o posto da segunda guitarra.
A história já havia sido escrita no álbum
apelidado apenas de “preto”, mas era apenas o começo.
Logo depois de completarem sua primeira turnê canadense como headliners, a nova formação
lança Moxy II, que mantém a mesma sonoridade
de Moxy, com riffs diretos e refrães grudentos,
porém não tão pesados como seu antecessor.
A entrada de Caine permite um sem número
de magníficos duelos de guitarra com Johnson.
Com a intenção de fazer do Moxy uma grande banda,
a Mercury, detentora mundial dos direitos do grupo,
colocou o álbum a venda por modestos £1,50
na Inglaterra, e lá, o grupo vendeu muito,
permitindo a imprensa inglesa aclamá-los
como o Led Zeppelin canadense,
e não era por menos, já que além das inspirações
nos britânicos, as qualidades musicais advindas
das frias terras da América do Norte
eram igualmente bem recebidas.
Era o auge da carreira do grupo,
abrindo para o Black Sabbath nos Estados Unidos
e sendo headliner em seu país mais uma vez.
Em março de 1977, registram o terceiro álbum,
que foi lançado no meio do ano.
O primeiro álbum a carregar um título,
Ridin’ High já surpreende pela bonita capa ,
obra de Heiner Geisel.
Tentando fugir das comparações com o Led,
voltam-se para um hard mais comum,
e contando novamente com a produção
de Jack Douglas.
O LP divide-se em dois lados muito distintos.
O primeiro é hard puro,
já o lado B é mais cadenciado.
Buzz teve que sair do grupo por problemas nas cordas vocais, sendo substituído por Brian Maximan. 

Em novembro de 1977, Buzz saiu de vez, alegando
conflitos de personalidade e diferenças musicais,
fundando posteriormente sua própria banda, a Buzz Saw,
ao lado de Bob Bulger (guitarra) e Frank Russe (bateria).
Junto com Buzz, Wade pediu as contas,
sendo substituído por Danny Bilan, enquanto que o vocalista Michael Rynoski (Mike Renno) assumiu os vocais.
A entrada de Reno foi responsável principalmente por comandar uma mudança na sonoridade da banda,
incluindo um trio vocal formado por Tracy Richardson, Sharon Lee Williams e Colina Phillips.
A voz grave de Reno difere bastante
da rasgada voz de Sherman, e o resultado é um disco
muito voltado para o pop rock, longe das raízes hard
que consagrou o grupo três anos antes.
A morte de Bon Scott (AC/DC) levou Buzz a ser cogitado para vocalista da banda australiana,
mas os problemas nas cordas vocais se agravaram, permitindo a entrada de Brian Johnson
na banda dos irmãos Young.
O Moxy continuou excursionando,
mas no dia 16 de junho de 1983 Buzz envolveu-se
em um grave acidente de moto, e acabou falecendo.

Em 1999, Johnson, Wade e Caine reuniram-se para produzir o quinto álbum da banda, V (ou “cinza”),
junto de Brian Maxim (vocais) e Jim Samson (baixo).
O disco é uma mistura do Moxy da fase Buzz com toda a modernidade dos anos 2000.

Os vocais de Maxim são rasgados,
na linha de David Coverdale – só que bem mais graves,
o que deu mais peso ao grupo.
É interessante como os canadenses
souberam utilizar daquilo que foi inventado
em cima do que eles inventaram,
soando como uma banda atual,
só que nos remetendo diretamente à suas origens,
principalmente por conta dos riffs de guitarra e slide.
Infelizmente, Wade acabou adquirindo uma grave
doença após o lançamento de V, sendo substituído
por Kim Hunt, e falecendo de câncer
no dia 27 de julho de 2001.
Brian Maxim, após uma longa batalha
contra o câncer, faleceu, 12 de julho de 2013.
Mas para muitos fãs, ele permanece tão identificado
com a banda de hard rock quanto seu cantor original,
Buzz Shearman.
Desde então, o Moxy segue excursionando pela Europa, alternando bastante sua formação,
mas sem lançar álbuns de estúdio.



Integrantes
Última Formação

Kim Hunt (Bateria, 2000-2009)
Jim Samson (Baixo, 1999-2009)
Russell Graham (Vocais, 2008-2009)
Earl Johnson (Guitarra, 1974-1978, 1999-2009)

Ex-Integrantes

Alex Machin (Vocais, 2003-2008)
Tommy Bolin (Guitarra, 1975)
Doug MacAskill (Guitarra, 1979-1983)
Terry Juric (Baixo, 1974-1983)
Scott Cushnie (Teclados, 1978)
Danny Bilan (Bateria, 1978-1983)
Brian Maxim (Vocais, 1999-2003)
Woody West (Guitarra, 1978-1979)
Buddy Caine (Guitarra, 1975-1983)
Buzz Shearman (Vocais, 1974-1977, 1979-1983)
Michael Rynoski (Vocais, 1978)
Bill Wade (Bateria, 1974-1978, 1999-2000)




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