Última vitória de Andy no WCT, no Billabong Tahiti Pro 2010 onde, na semifinal, travou também sua última batalha contra Kelly Slater e levou a melhor.
Dos anos 90 para cá, nunca tivemos
uma rivalidade tão feroz e explícita
como fora entre Kelly Slater e Andy Irons.
Tanto dentro como fora da água.
No auge da disputa, um influenciava
o outro; em uma espécie de profecia,
onde apenas um poderia reinar e,
para isso, um tivesse que
"passar por cima" do outro.
Coisa de doido, mas foi
mais ou menos assim.
O fato é que a rivalidade de Slater e Irons
serviu para elevar, e muito,
o surf de ambos e, consequentemente,
o de toda uma geração e gerações.
Kelly dominou de 92 a 98
com um título de Derek Ho no meio, em 93.
Depois veio Occy em 99,
Sunny em 2000
e CJ. Hobgood em 2001.
Acontece, que entre 99 e 2001,
Kelly estava em anos sabáticos,
empenhando-se em sua banda
e em viagens para lugares
com ondas perfeitas.
Ele retornou ao Tour em 2002,
ano do primeiro título mundial de Andy Irons.
Porém, o primeiro confronto entre os dois aconteceu em 2000, no Mountain Dew Pipe Master, nas oitavas de final.
Kelly não correu o circuito,
apenas competiu nesta etapa de Pipeline.
Encarou Andy Irons nas oitavas de final
e foi derrotado.
Slater não conseguiu esconder o desconforto
e sua preocupação.
Andy havia entrado no Tour em 2000.
Terminou em 16º no seu primeiro ano
e em 10º em 2001.
Coincidindo ou não com o retorno do maior vencedor de todos os tempos,
ele resolveu vencer seu primeiro título mundial logo no retorno de Slater, em 2002.
O mundo inteiro viu ali um potencial fenômeno,
que poderia rivalizar com KS.
O próprio Kelly pareceu ter visto também.
Talvez, mais ainda, no ano de 2003.
Nessa temporada os dois chegaram
à ultima etapa, em Pipe,
praticamente empatados.
Ambos haviam vencido quatro eventos
até então, ou seja, dominaram
de ponta a ponta todo o circuito daquele ano.
Naquele ponto, a rivalidade já era grande
e se consolidou ainda mais
neste evento em Pipeline.
Para acirrar a disputa, e provar a predominância
de ambos no Tour, Kelly e Andy
fizeram a grande final, junto com Joel Parkinson
e Phil MacDonald.
O circuito de 2003 seria decidido
na última bateria do último evento do ano.
E foi ali, no quintal de sua casa, que Andy Irons mostrou ao mundo que podia, de fato,
rivalizar com o mito Kelly Slater.
Venceu o campeonato e levou o título mundial,
pela segunda vez consecutiva.
Antes da bateria final, um fato chamou atenção.
Segundo dizem algumas testemunhas,
Andy havia gritado algumas palavras de ordem
para Kelly dentro da água,
em algum surf em que dividiram
o line up do pico, durante o Pipe Master.
Kelly e Andy foram vencendo suas baterias
e eliminando seus adversários,
até que se encontraram na final.
Antes de começar a decisão,
Andy Irons fazia seu ritual de concentração
na areia, quando de repente,
Kelly apareceu e deu-lhe um abraço
desejando boa sorte e dizendo
o quanto o admirava.
Se tomou esta atitude de coração
ou se foi tentando desconcertar ou
desconcentrar seu rival, talvez nunca saberemos; mas o fato é que estava clara a "rixa" entre os dois.
“Ele veio até mim antes da final,
bateu nas minhas costas,
pode até ter sido sincero, e disse:
eu te amo como um irmão’.
Antes do maior momento da minha vida.
Foi estranho.
Não sabia como encarar, tive que bloquear aquilo enquanto surfava a bateria.
”, Dissera Andy Irons sobre o episódio.
Muita gente acredita que essa
tenha sido a pior derrota na carreira
de Kelly Slater.
A mais sentida, talvez.
O Careca refugiou-se na casa do amigo
Jack Johnson e chorou.
Pode-se dizer, também, que
talvez tenha sido a maior vitória
de Andy Irons.
Kelly sentiu profundamente a perda
deste campeonato e não conseguiu
se recuperar no ano seguinte.
Viu mais uma vez seu algoz vencer
o Tour e tornar-se tri campeão mundial, aumentando mais ainda a pressão sob o Careca.
deste campeonato e não conseguiu
se recuperar no ano seguinte.
Viu mais uma vez seu algoz vencer
o Tour e tornar-se tri campeão mundial, aumentando mais ainda a pressão sob o Careca.
Kelly tinha 33 anos na época e Andy 26
auge da forma física.
auge da forma física.
Slater sentia seu legado ameaçado
pelo cara que mais bateu de frente com ele,
com muita atitude, força e precisão impressionantes.
pelo cara que mais bateu de frente com ele,
com muita atitude, força e precisão impressionantes.
Andy era puro coração e raça.
Um verdadeiro guerreiro; Explosivo!
Via em Kelly seu inimigo.
Via em Kelly seu inimigo.
Seu adversário, sua maior ameaça
e também sua maior inspiração.
e também sua maior inspiração.
Agora que havia vencido o Careca
por três vezes seguidas, não queria largar o posto.
por três vezes seguidas, não queria largar o posto.
2000 | Pipeline, Havaí – terceira fase | Andy Irons |
2002 | Hossegor, França – semifinais | Andy Irons |
2002 | Pipeline, Havaí – primeira fase | Kelly Slater |
2003 | Pipeline, Havaí – final | Andy Irons |
2005 | Jeffreys Bay, África do Sul – final | Kelly Slater |
2005 | Chiba, Japão – final | Andy Irons |
2006 | Pipeline, Havaí – final | Andy Irons |
2010 | Teahupoo, Taiti – primeira fase | Kelly Slater |
2010 | Teahupoo, Taiti – semifinais | Andy Irons |
A pior derrota de Irons
foi nas ondas de Jeffreys Bay, em 2005
O havaiano liderava o duelo com facilidade
e já tinha até saído da água.
Viu, da areia, Slater tirar a nota de que precisava.
Mas foi em Pipeline que os dois protagonizaram
duas baterias épicas.
A primeira, em 2003. Slater retornava após férias de três anos;
Irons buscava o terceiro caneco mundial.
A final nas ondas havaianas valeria
o título da temporada, que acabou indo parar nas mãos do surfista da ilha de Kaui.
duas baterias épicas.
A primeira, em 2003. Slater retornava após férias de três anos;
Irons buscava o terceiro caneco mundial.
A final nas ondas havaianas valeria
o título da temporada, que acabou indo parar nas mãos do surfista da ilha de Kaui.
Três anos depois, Slater viu sua faixa de octacampeão mundial carimbada.
Com direito a uma nota 10 e uma incrível virada, Irons derrubou o maior vencedor da história do surfe.
Com direito a uma nota 10 e uma incrível virada, Irons derrubou o maior vencedor da história do surfe.
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