quarta-feira, 25 de outubro de 2017

As derrotas do até então imbatível "Iron Man" Mike Tyson




















































Em 11 de fevereiro de 1990, em Tóquio, no Japão, a derrota do então campeão foi a maior zebra de todos os tempos no boxe

O norte-americano James Buster Douglas
entrou no ringue do Tokio Dome, no Japão,
diante de 40 mil pessoas, endividado,
recentemente divorciado,
poucos dias após ter visto a mãe morrer
e com a missão de enfrentar o compatriota Mike Tyson,
o campeão unificado dos pesos pesados,
invicto e com 37 vitórias, das quais 34 por nocaute.
Douglas, então com 29 anos, era apontado como
a maior zebra do boxe em todos os tempos.
As bolsas de apostas apontavam 42 por 1 a favor do campeão.
Seu cartel não era assustador: 29 vitórias
quatro derrotas e um empate.
E vinha de vitórias sem emoção sobre
Trevor Berbick e Oliver McCall.
"Entrei para lutar com uma confiança muito grande.
Minha mãe, em seu leito de morte, me incentivou",
diz Douglas, que hoje tem uma academia
em Columbus, Ohio, onde nasceu.
Com um jogo de pernas impressionantemente rápido
e um jab de direita espetacular,
Douglas conseguiu manter Tyson
a distância desde os primeiros segundos de luta.
O campeão não apresentava a mesma mobilidade
e velocidade nos punhos que devastaram Tyrell Biggs,
Tony Tubbs e Larry Holmes.
Três semanas antes, durante uma sessão de sparring,
Tyson chegou a ir à lona após um direto de Greg Page,
um ex-campeão que foi levado para o Japão
para ajudar nos treinos.
A queda foi tratada por Don King
e pela equipe de Tyson como um acidente,
mas, na verdade, mostrava como o Iron Man
não havia se preparado direito para aquele duelo.
Sua cabeça estava voltada para a superluta
contra Evander Holyfield.
Tyson respondia a mais perguntas sobre
Holyfield do que de Douglas.
"Não queria ter entrado no ringue aquele dia",
reconhece o maior fenômeno da nobre arte
depois de Muhammad Ali.
"Eu sabia que a minha única chance
era golpear o tempo todo.
Não podia deixar Tyson tomar a iniciativa.
Ao mesmo tempo, não podia ficar parado diante dele.
E foi o que fiz durante a luta toda", afirma Douglas.
John Johnson, mistura de técnico e empresário de Douglas,
fez coro ao seu pupilo.
"Muitos lutadores entravam no ringue
derrotados para enfrentar Tyson.
Não deixei que Douglas se intimidasse.
Falei para ele buscar o ataque o tempo todo.
E isso surpreendeu Tyson."
No quinto round, o domínio da luta era todo de Douglas.
"Muitos diziam que Tyson
não tinha preparo físico naquele dia.
Mas se ele não tivesse preparado não teria aguentado
todo aquele castigo", analisa o azarão.
O olho esquerdo de Tyson ficou muito inchado.
Seu córner, liderado pelo inexperiente Aaron Snowell,
não sabia o que fazer diante daquele problema inesperado.
No oitavo assalto, quando todos aguardavam o nocaute
de Tyson, o campeão acertou um uppercut de direita
que derrubou Douglas.
O juiz Octavio Mehran fez a contagem até nove
e quando a luta recomeçou o gongo salvou o desafiante.
Don King e a equipe de Tyson disseram
que o tempo atingiu os 12 segundos,
superando os dez regulamentares.
"Eu sabia que ainda poderia seguir na luta"
relembra Douglas, que voltou recuperado
para o nono assalto.
Tyson foi espancado.
No décimo round, após uma sequência de cinco jabs,
Douglas acertou um espetacular upper,
seguido de esquerda, direita e esquerda.
Tyson caiu pela primeira vez na carreira e, inconscientemente,
tentou colocar sem sucesso
o protetor bucal.
O mundo tinha um novo campeão mundial.
Mas o reinado só iria durar oito meses.
Frente a Holyfield, em agosto de 1990,
Douglas recebeu a maior bolsa do boxe até então:
US$ 24 milhões.
Mas, fora de forma, foi uma presa fácil.
Caiu no terceiro assalto.
Quase morreu em 1994, quando chegou a pesar 180 quilos
e entrou em coma diabético.
"Hoje levo uma vida tranquila.
Tranquilo como quando enfrentei Tyson",
diverte-se o ex-campeão mundial dos pesos pesados.
Finalmente

Porém, o campeão mais novo da história
do boxe mundial bateu sua Ferrari
e não pode se preparar para o duelo.
Meses mais tarde, o ex-campeão foi preso
acusado de violentar uma das candidatas
a Miss América de 1991.

9 de novembro de 1996
 O primeiro duelo entre os pesos pesados americanos
Mike Tyson e Evander Holyfield parou o mundo.
No auge da popularidade do boxe, o cassino MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, recebeu lotação máxima para o tão aguardado confronto. 

De um lado, Tyson, atual campeão mundial da Associação

e do Conselho Mundial de Boxe,
com 30 anos e apenas quatro combates feitos
após cumprir três anos de prisão por estupro.
Do outro, Holyfield, aos 34 anos e considerado
maior nome da história da categoria cruzador. 
No auge da forma de ambos atletas,
o que se viu foi um equilibrado duelo de quase 40 minutos ditado pelo estilo caçador de Tyson
e pela calma e estratégia de Holyfield que,
após conter o ímpeto do rival
nos assaltos iniciais e miná-lo fisicamente com jabs
e psicologicamente com clinchs e cabeçadas,
explodiu nos últimos rounds. 
Com rápida sequência de diretos e cruzados
no início do 11º, o “The Warrior”obrigou o juiz
a interromper a disputa e decretar
a segunda derrota na carreira de Mike Tyson.



Veio então a revanche.
Sete meses depois, lá estava os dois se estudando novamente.
O combate seguia equilibrado quando Tyson começou a se irritar
com eventual cabeçada de Holyfield, ignorada pelo árbitro.
Desequilibrado, o desafiante mordeu a orelha do campeão,
que começou a pular de dor no ringue.
Uma imagem que correu o mundo.
A luta foi reiniciada, e não é que Tyson novamente
atacou a orelha esquerda do adversário?
Imediatamente o juiz Mills Lane desclassificou o pugilista bad boy.


Cartel

"Iron Man" Mike Tyson

50 vitórias sendo 44 ko - 6 derrotas sendo 2 sem resultado

Um pouco da história

Em 1981, com 15 anos, tornou-se campeão juvenil de boxe
dos Estados Unidos da América para, no ano seguinte alcançar o título mundial do mesmo escalão etário.
Em 1983 zangou-se com Atlas e voltou a trabalhar
com Cus D'Amato 
e foi sob a orientação deste, que em 1985,
deu-se a sua passagem para o boxe profissional.
Logo no primeiro ano ganhou os 15 combates
em que participou, 11 deles por K.O.
(knock-out) no primeiro round.
Em 1986 um mês depois de Cus D'Amato falecer,
Tyson impôs-se definitivamente como campeão
e ficou conhecido em todo o mundo.
A mais importante das 13 vitórias do ano aconteceu
a 22 de novembro quando,
ao derrotar Trevor Berbick, conquistou o
título mundial de pesos pesados
do Conselho Mundial de Boxe (WBC).
Com 20 anos, foi o mais jovem pugilista
a alcançar esse feito.
No ano seguinte, conquistou também os títulos mundiais
da Federação Internacional de Boxe
e da Associação Mundial de Boxe
e em 1988 venceu três combates
contra pugilistas de renome.
Todos por K.O. antes do quarto assalto.
Ainda em 1988 casou com a atriz e modelo
Robin Givens que, no ano posterior, pediu o divórcio.
Em um programa de televisão, alegou que Tyson era,
em suas palavras, maníaco-depressivo.
Estes problemas afetaram a carreira do pugilista,
que só combateu por duas vezes em 1989,
embora tenha vencido os dois desafios.
O mau momento ficou confirmado em 1990 quando,
a 11 de Fevereiro, foi batido no Japão por Buster Douglas
com o K.O. ao décimo assalto,
perdendo os seus três títulos mundiais.
Em 1990 e 1991 venceu os quatro combates em que participou e, entretanto, desafiou para um combate
o novo campeão mundial Evander Holyfield,
também norte-americano.
Em Julho de 1991 fez parte do júri do concurso Miss América,
mas acabou acusado de violação
por uma das participantes.
Enquanto aguardava o julgamento continuou a treinar,
mas lesionou-se e teve de adiar o combate com Holyfield.
Em Março de 1992 Mike Tyson foi condenado
a seis anos de prisão, mas devido ao bom comportamento
só cumpriu metade da pena.
Saiu da prisão em Março de 1995 e cinco meses
depois voltou a combater, exatamente no dia 19 de agosto de 1995 no MGM Grand Garden,
para derrotar um desconhecido pugilista irlandês
Peter McNeeley, auto-apelidado de O Furacão Irlandês
aos 89 segundos do primeiro assalto.
Pela vitória Tyson recebeu 25 milhões de dólares,
e McNeeley levou 700 mil dólares.

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